LIVROS DE NEUROCIÊNCIA DE AUTORIA DO PROFESSOR CÉSAR VENÂNCIO

2.a. REVISÃO PUBLICADA PSICOLOGIA CLÍNICA UNIVERSIDADE INTERAMERICANA PRINCÍPIOS GERAIS TOMO I Especialista Professor César Augusto Venâncio da Silva - Mestrando by Cesar Augusto Venancio Silva

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quinta-feira, 17 de abril de 2014

A população idosa.

A população idosa.

O tamanho e a participação da população de 65 anos e mais, como já dita, aumentarão continuamente durante a TEE, aproximando-se de 20% da população total; uma proporção mais alta daquela encontrada, hoje, em qualquer país europeu.  A maior proporção de pessoas com 65 anos e mais na Europa, no qüinqüênio 2000/2005, está na Itália (18,8%) (Nações Unidas, 2003). Assim, em 2050, o Brasil defrontar-se-á com a difícil situação de atender uma sociedade mais envelhecida do que a da Europa atual, onde uma transição etária muito mais lenta, concomitante com o desenvolvimento social e econômico, não foi capaz, ainda, de convertê-la numa sociedade justa para todas as idades. A questão é saber se, num curto período de tempo, o Brasil – que tem uma distribuição, tanto de renda como de serviços sociais, notavelmente injustas – será capaz de enfrentar, com êxito, este desafio.

Behrman e colaboradores (2001) mostram que, particularmente na América Latina, quando a participação da população de grupos etários mais velhos (e mais desiguais) aumenta, as desigualdades tendem a crescer. Na formulação de políticas para enfrentar estes desafios, a TEE deveria não só ser levada em conta, mas, acima de tudo, ser aproveitada, em suas diferentes fases, como instrumento de superação dos problemas por ela mesma gerada(BEHRMAN J. R.; DURYEA, S.; SZÉKELY, M. Aging and economic opportunities: major world regions around the turn of the century. In: Proceedings of the IUSSP General Conference. Salvador, Brazil, 2001).
Independentemente dos mecanismos que determinaram a TEE, a janela de oportunidades, por ela propiciada, ofereceu condições favoráveis para a sociedade reformular várias de suas políticas públicas referentes à educação e saúde infantil.

Seria ingenuidade acreditar que, por si só, a diminuição no número de nascimentos, em termos relativos ou absolutos, e a redução na taxa de crescimento da população total, como consequência do declínio de fecundidade, resultarão, automaticamente, na solução dos problemas sociais e econômicos (CARVALHO e WONG, 1998). Para isto, é necessária uma nova postura da sociedade, que aproveite as várias oportunidades geradas pela transição da fecundidade.

Aspectos teóricos que podemos considerar relevantes para uma boa reflexão contextual no campo da gerontologia:

1.         Velhice: ciclo vital e aspectos sociais;
2.         Quadro da psicologia evolutiva;
3.         Deontologia e ética profissional;
4.         Acompanhamento e animação de idosos em lares e centros de dia - Nutrição e dietética;
5.         Higiene da pessoa idosa;
6.         Animação de idosos: conceitos, princípios e técnicas. Planificação de atividades;
7.         Apoio domiciliário a idosos - Psicologia da velhice;
8.         Saúde do idoso: prevenção dos problemas;
9.         Cuidados primários de saúde;
10.       Atividades da vida diária: acompanhamento de idosos no domicílio;
11.       Prestação de cuidados a idosos em instituições de saúde - Patologias e efeitos psico-sociais decorrentes da hospitalização do idoso;
12.       Saúde mental na terceira idade;
13.       Animação e adequação de atividades a diferentes patologias.

Conceito.

Ainda no campo amplo conceitual, podemos conceituar o envelhecimento dentro de várias vertentes distintas: conceito simplista: é o processo pelo qual o jovem se transforma em idoso e conceito biológico: são fenômenos que levam à redução da capacidade de adaptação sobrecargas funcionais. Com o envelhecimento, ocorre uma desordem da homeostenose: declínio estimado em algumas funções – e há uma maior vulnerabilidade às doenças como: infecções, doenças cardiovasculares, neoplasias malignas, dentre outras. Homeostenose é a perda de reservas orgânicas e funcionais, é uma característica inerente ao processo de  envelhecimento. É também neste período da vida que existe uma maior prevalência de doenças, geralmente múltiplas, que podem interferir na habilidade do idoso como condutor veicular (Holland,1994). O indivíduo idoso apresenta mais freqüentemente condições de saúde que afetam a capacidade de dirigir, tais como cardiopatias, diabetes mellitus, doenças cérebro-vasculares, síndromes demenciais, doença de Parkinson, epilepsia, artropatias, polifarmácia, uso abusivo de álcool, dentre outras.

A literatura médica tem evidenciado que o envelhecimento predispõe a um consumo aumentado de medicamentos prescritos ou não. Porém, sabe-se que mudanças fisiológicas relativas ao envelhecimento, como por exemplo, a modificação da composição corporal e a redução das funções hepática e renal tendem a alterar significativamente a farmacocinética e a farmacodinâmica de diversos medicamentos, o que aumenta a suscetibilidade de indivíduos idosos a efeitos adversos ou terapêuticos mais intensos.
A parcela de idosos na população brasileira vem crescendo muito nas últimas décadas. Entre as décadas de 1940 e 1970, houve um grande aumento da expectativa de vida da população, devido, sobretudo, às ações de saúde pública, como vacinação e saneamento básico e também aos avanços médico-tecnológicos. Além disso, os processos de urbanização e planejamento familiar que marcaram a década de 1960 acarretaram uma significativa redução da fecundidade, resultando um aumento da proporção de pessoas com aproximadamente 65 anos ou mais. Estima-se que, em 2025, a população brasileira terá aumentado cinco vezes em relação à de 1950, ao passo que o número de pessoas com idade superior a 60 anos terá aumentado cerca de aproximadamente 15 vezes. Esse aumento colocará o Brasil na condição de portador da sexta maior população de idosos do mundo em termos absolutos (Fonseca JE, Carmo TA. O idoso e os medicamentos. Saúde em Revista. 2000;2(4):35-41. Chaimonicz F. A saúde dos idosos brasileiros às vésperas do século XXI: problemas, projeções e alternativas. Revista de Saúde Pública. 1997;31(2):184-200. Nóbrega, OT, Karnikowski, MGO. A terapia medicamentosa no idoso: cuidados na medicação. Ciência & Saúde Coletiva. 2005;10(2):309-13).


Gerontologia (envelhecimento, estudo), segundo Metchnikoff (1903), a definiu como sendo a ciência que estuda o processo de envelhecimento em suas dimensões biológica, psicológica e social.  É uma ciência que se trata de um “campo multidisciplinar e interdisciplinar que visa à descrição e à explicação das mudanças típicas do processo de envelhecimento e de seus determinantes genético-biológicos, psicológicos e socioculturais”(Anita Liberalesso Neri). Em sentido didático amplo: é a ciência que estuda o processo de envelhecimento humano de modo a atender às necessidades físicas, emocionais e sociais do idoso. Na cognição dos pesquisadores G. E. Alkema e D. E. Alley (2006) a Gerontologia estuda os processos associados à idade, ao envelhecimento e à velhice, sendo uma área de convergência entre a biologia, sociologia e a psicologia do envelhecimento. O envelhecimento, nesse sentido, representa a dinâmica de passagem do tempo e a velhice inclui como a sociedade define as pessoas idosas. A biologia do envelhecimento estuda o impacto da passagem do tempo nos processos fisiológicos ao longo do curso de vida e na velhice. A psicologia do envelhecimento, por sua vez, se concentra nos aspectos cognitivos, afetivos e emocionais relacionados à idade e ao envelhecimento, com ênfase no processo de desenvolvimento humano. A sociologia baseia-se em períodos específicos do ciclo de vida e concentra-se nas circunstâncias socioculturais que afetam o envelhecimento e as pessoas idosas.

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