Ampliando
conceitos: Gerontologia Social.
A velhice e o envelhecimento percorre toda a
humanidade e têm estado em pauta desde a antiguidade, através de obras literárias
e tratados eruditos, como por exemplo a obra De Senectude, de Cícero, escrita
acerca de 2000 anos (GOLDSTEIN p.9.2001) Na bíblia percebemos também a
valorização no livro de Provérbios, destinada aos velhos, quando assinala que “os cabelos brancos são uma coroa de honra” .
Mas, o envelhecimento só emerge e vem se consolidar enquanto fenômeno social de
alta relevância nesse século, através da Gerontologia. Como já se afirmou a
Gerontologia pode ser assim classificada:
Gerontologia básica, chamada pelo Professor César Venâncio como sendo
GERONTOLOGIA CLÍNICA – Ciência que estuda o processo de envelhecimento,
enfocando a biofisiologia, a genética, a imunologia e o envelhecimento a níveis
celular e subcelular, e a Gerontologia social – Com a evolução dos tempos, e o
aumento da longevidade, houve a necessidade de um maior atendimento aos idosos,
daí o surgimento de um ramo da Gerontologia - a Gerontologia social.
O temo da Gerontologia foi descrito a partir da junção
das palavras gregas: gero = velho e lógia/digno = estudo/ciência, sua difusão
torna-se evidente empós os anos de 1903, na pessoa do cientista Elie
Metchnikoff, médico húngaro sucessor de Pasteur. A ciência ganha conceito de
ciência que estuda a velhice; em 1909 surge o conceito de Geriatria denominada
a ciência que estuda a velhice em termos médico-sanitários, conceito gerado a
partir dos estudos do médico austríaco Ignataz L. Nascher. A sistematização do
conhecimento do saber nessa área, ocorre em 1922, quando o psicólogo Stanlet
Hall publicou o livro “Senescence, the last half of life”, contradizendo a
crença de que a velhice é simplesmente o reverso da adolescência. Como é de
praxe em todas as áreas do saber científico, vários obstáculos tiveram que ser
superados, para que se chegasse ao processo observado hoje. Podemos afirmar que
o atraso na construção do conhecimento em gerontologia pode ser atribuído a:
1- A
supervalorização da geriatria sobre outros campos da Gerontologia;
2- A
dificuldade de a Gerontologia reafirmar como ciência e definir como campo de
atuação e construção de conhecimentos;
3- A
resistência à realização de investigação com caráter interdisciplinar. (cf.
Papaléo 2002 p.7).
Em 1942 foi criada a American Geriatric Society; 1946
a Gerontological Society of América; e a Division of Maturity and Old Age da
American Psychological Association; que comprovam o interesse sistemático pela
velhice, onde já se percebia uma intensificação desse processo de
envelhecimento populacional nos Estados Unidos. A partir dos anos de 1950, nos
países: França, Inglaterra e Alemanha
também, passam a vivenciar esse processo com um aumento significativo na
proporção de pessoas idosas em suas populações.
As alterações decorrem da conjugação de vários
fatores, dentre os quais, os mais relevantes foram: a diminuição nas taxas de
natalidade, em virtude de mudanças econômicas e culturais; o vazio populacional
nas faixas correspondentes aos adultos, principalmente masculinos, em idade
reprodutiva, por causa da II Grande Guerra, e os avanços da Medicina e na
qualidade de vida da população, que provocaram um aumento na longevidade das
pessoas (Lehr, 1988).
Em se tratando de Brasil, foi a partir dos anos 60 que
o segmento de idosos sofreu um rápido aumento, aonde a base da pirâmide
populacional vem se estreitando nas últimas décadas. Tal fato se explica pelas
novas conquistas no campo da medicina preventiva e curativa; pelo avanço da
tecnologia; pelo simultâneo decréscimo das taxas de natalidade e pela
diminuição acentuada da mortalidade infantil. Segundo previsão da ONU –
Organização das Nações Unidas, em 2020 o Brasil ocupará o 6º lugar no ranking
mundial em população velha, e esse cenário impõe a necessidade de enfrentar o
problema das condições de envelhecimento que ocorre de forma desigual em nosso
país.
Essa temática provocou uma preocupação generalizada em
diversos segmentos profissionais e fez com que, nos últimos anos proliferassem
no Brasil vários programas e associações para velhos, exemplos: Movimento dos
Aposentados; Programas promovidos pelo SESC – Serviço Social do Comércio;
Universidades da Terceira Idade; Núcleos da Terceira Idade, a ANG – Associação
Nacional de Gerontologia e a SBGG – Sociedade Brasileira de Geriatria e
Gerontologia.
Ressaltemos que programas de Mestrado, Doutorados e
Especializações realizadas em universidades, vem dando contribuições
relevantes, inclusas as advindas dos núcleos de estudos e pesquisas, dos
programas e dos profissionais dedicados a essa área, o que resultara num
crescente progresso o qual merece comemoração.
Assim, o autor frisa aqui a importância dos cursos de
doutorados e mestrados ministrados nas entidades mantidas pela Fundação
Internacional FUNIBER, na América Latina e na Europa.
O autor afirma que o programa de Gerontologia das
Universidad Internacional Iberoamericana - UNINI Universidad Europea del
Atlántico gera a produção do conhecimento nesse seguimento específico(Programa
Internacional de SNMGS - Máster en Gerontología, com titulação de Maestría en
Gerontología Social, oferecido pela Universidad Internacional Iberoamericana -
UNINI México e a Coordenação do Curso de Pós Graduação em Máster em
Gerontología, da Universidad Europea del Atlántico).
Conclusão.
Diante do exposto, podemos concluir que a Gerontologia
Social é uma área de rápido crescimento e que tem grande necessidade de avaliar
e direcionar sua produção constantemente, isso devido ao seu caráter
multidisciplinar, o que também congrega maior riqueza de conhecimentos.
Quem pensa que lugar de idoso é em casa, descansando,
pode começar a mudar de idéia. Pessoas acima dos 60 anos estão cada vez mais
ativas e saudáveis. A Atenção pública antes voltada apenas aos jovens e adultos
já percebeu a necessidade de se criar, o mais rápido possível, políticas sócias
que prepare a sociedade para esse novo fenômeno, denominado de revolução
demográfica ou revolução da longevidade. Inclusive como resposta do Estado
Brasileiro, a constituição de 1988 deixou
claro a preocupação que deve ser dispensada ao assunto, quando colocou
em seu texto a questão do idoso, o que definiu a Política Nacional do
Idoso. Depois da criação dessa Política
através da Lei Federal de nº 8.842 de 04 de janeiro de 1994 e de seu
Regulamento de 03 de julho de 1996 foi instituído o Estatuto do Idoso. Mesmo
assim, ainda existem muitos resquícios de preconceitos e discriminação
relacionados aos velhos. Para tanto, é necessário que toda a sociedade e
principalmente o próprio idoso se mobilizem a fim de mudar esse panorama
negativo que temo hoje reservado ao “velho ser”.
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