LIVROS DE NEUROCIÊNCIA DE AUTORIA DO PROFESSOR CÉSAR VENÂNCIO

2.a. REVISÃO PUBLICADA PSICOLOGIA CLÍNICA UNIVERSIDADE INTERAMERICANA PRINCÍPIOS GERAIS TOMO I Especialista Professor César Augusto Venâncio da Silva - Mestrando by Cesar Augusto Venancio Silva

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domingo, 13 de abril de 2014

Multidisciplinar. A Gerontologia é um campo de estudos.

Multidisciplinar.

A Gerontologia é um campo de estudos que aborda os aspectos jurídico, social, psicológico, médico, político e econômico do processo de envelhecimento humano, e a Gerontologia Geriátrica, Gerontologia Social, Gerontologia Forense, etc., encontra–se definida como área multidisciplinar. Buscando via internet pesquisas mundiais observamos que a Gerontologia é evidentemente de predominância, uma área das Ciências da Saúde. Assim, posso sugerir  com base nesses dados, que os bacharéis, especialistas, mestres e doutores em Gerontologia pertencem a área das Ciências da Saúde.

A multidisciplinaridade é um conjunto de disciplinas a serem trabalhadas simultaneamente, sem fazer aparecer às relações que possam existir entre elas, destinando-se a um sistema de um só nível e de objetivos únicos, sem nenhuma cooperação. A multidisciplinaridade corresponde à estrutura tradicional de currículo nas escolas, o qual se encontra fragmentado em várias disciplinas.

De acordo com o conceito de multidisciplinaridade, recorre-se a informações de várias matérias para estudar um determinado elemento, sem a preocupação de interligar as disciplinas entre si. Assim, cada matéria contribui com informações próprias do seu campo de conhecimento, sem considerar que existe uma integração entre elas. Essa forma de relacionamento entre as disciplinas é considerada pouco eficaz para a transferência de conhecimentos, já que impede uma relação entre os vários conhecimentos.

A partir de Foucault, entendemos a Árvore do Conhecimento como uma taxonomia, um continuum, onde todas as áreas são colocadas lado a lado, mais próximas ou mais afastadas conforme semelhanças e diferenças entre si. O termo "Árvore do Conhecimento" nos remete ao mundo natural, dos seres vivos do reino dos vegetais. Trata–se de uma lista de nomes de áreas do conhecimento apresentada na forma de uma classificação hierárquica que, por sua vez, lembra a taxonomia ou a linguagem que os naturalistas dos séculos XVII e XVIII estabeleciam para a denominação dos seres vivos.

Foucault, discutindo formação e transformação de campos de saberes, nos diz das características da história natural e do tempo em que "o naturalista é o homem do visível estruturado e da denominação característica". Em seus argumentos, o autor fala das características da linguagem então construída, uma linguagem de segundo grau, como um edifício construído por sobre as palavras de todos os dias, com vistas a, enfim, estar no reino dos Nomes exatos das coisas: A história natural é contemporânea da linguagem: está no mesmo nível do jogo espontâneo que analisa as representações na lembrança, fixa seus elementos comuns, estabelece signos a partir deles e, finalmente, impõe nomes. Classificar e falar encontra seu lugar de origem nesse mesmo espaço que a representação abre no interior de si, porque ela é votada ao tempo, à memória, à reflexão, à continuidade. Mas a história natural só pode e só deve existir como língua independente de todas as outras, se ela for língua bem–feita. E universalmente válida. Na linguagem espontânea e 'malfeita', os quatro elementos (proposição, articulação, designação, derivação) deixam entre si interstícios abertos: as experiências de cada um, as necessidades ou as paixões, os hábitos e os preconceitos, uma atenção mais ou menos despertada constituíram centenas de línguas diferentes e que se distinguem somente pela forma das palavras mas, antes de tudo, pela maneira como essas palavras cortam a representação. A história natural só será uma língua bem–feita se o jogo for fechado: se a exatidão descritiva fizer de toda proposição um recorte constante do real (...) e se a designação de cada ser indicar, de pleno direito, o lugar que ele ocupa na disposição geral do conjunto.

Essa linguagem expressa o projeto de uma ciência geral da ordem que trata da disposição em quadros das identidades e das diferenças: (...) assim se constituiu na idade clássica: um espaço de empiricidade que não existirá até o fim do Renascimento e que estava condenado a desaparecer desde o início do século XIX. Ele é para nós, hoje, tão difícil de restituir e tão profundamente recoberto pelo sistema de positividades a que pertence nosso saber que, durante muito tempo, passou despercebido.

A Gerontologia caracteristicamente multidisciplinar não alcançou lugar nessa taxonomia institucionalizada, seja porque haveria problemas em relação a conceitos, interesses e projeto político em sua constituição como área do conhecimento, seja porque a taxonomia seria incompatível com a multidisciplinaridade. A pesquisa sobre envelhecimento no Brasil encontra–se vinculada a várias áreas do conhecimento. Principalmente ao que Georges Canguilhem, em sua epistemologia, denomina "Ciências da Vida" (Grandes Áreas das Ciências da Saúde e Biológicas) e ao que, visto pelo olhar arqueológico de Michel Foucault, recebe nome de "Ciências do Homem" (Grandes Áreas das Ciências Sociais Aplicadas e Humanas e da Saúde), observando que seu caráter multidisciplinar vem sendo bastante enfatizado na literatura gerontológica. A Gerontologia tem pretensões de se constituir como um campo do conhecimento científico.

Nota para ciência reflexiva do texto acima descrito.

Foucault.

Michel Foucault foi um importante filósofo, e professor da disciplina de História dos Sistemas de Pensamento no Collège de France desde 1970 a 1984. Desenvolveu todo o seu trabalho em torno da arqueologia do saber filosófico, da experiência literária e da análise do discurso. Também se concentrou na relação entre poder e governamentalidade, e nas práticas de subjectivação. Governança e governamentalidade denotam dois conceitos originados em tradições disciplinares e intelectuais distintas que compartilham uma questão central: a problemática de direcionar, regulamentar, governar, conduzir etc. na sociedade moderna - tendo em vista os indivíduos, as organizações, os sistemas, o Estado e a própria sociedade como um todo. O debate sobre governança é proveniente da ciência política e das ciências sociais e foca as mudanças ligadas às novas constelações das relações do Estado com os interesses sociais no sentido mais amplo possível. Sob essa perspectiva, governança adquiriu o status de novo termo para analisar essas mudanças tanto no contexto interno de um Estado-nação como no âmbito das relações internacionais.

Foucault nos oferece uma definição sucinta de governamentalidade: O conjunto formado pelas instituições, procedimentos, análises e reflexões, os cálculos e as táticas que possibilitam o exercício de sua forma assaz específica, embora complexa, de poder, que tem por alvo a população, por principal forma de conhecimento a economia política e por meio técnico essencial os aparatos de segurança. A tendência que, por um longo período e em todo o mundo ocidental, tem levado sucessivamente à superioridade desse tipo de poder que pode ser denominado governo, sobre todas as outras formas de poder(realeza, disciplina etc.), resultando, por um lado, na formação de uma série completa de aparatos governamentais específicos e, por outro lado, no desenvolvimento de um complexo inteiro de salvaguardas. O processo, ou melhor, o resultado do processo, pelo qual o Estado de Justiça da Idade Média transformou-se no Estado administrativo durante os séculos XV e XVI e tornou-se gradualmente "governalizado"(Burchell/Gordon/Miller, 1991, p. 102-103).

Taxonomia.


É a disciplina acadêmica que define os grupos de organismos biológicos, com base em características comuns e dá nomes a esses grupos. Para cada grupo é dado uma nota e os grupos podem ser agregados para formar um supergrupo de maior pontuação, criando uma classificação hierárquica. Os grupos criados por este processo são referidos como taxa (singular táxon). Um exemplo da classificação moderna foi publicado em 2009 pelo Angiosperm Phylogeny Group para todas as famílias de plantas com flores vivas (Sistema APG III).

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